Um dia uma semente de feijão...
Tudo começou no sonho que tive.
Tudo começou no sonho que tive.
Era uma casa em cima de uma árvore.
Mas na visão tinha somente a cobertura da casa. Dá para imaginar a visão de uma cobertura em cima de uma árvore grandiosa? Dessas que tocam o céu.
Conseguem imaginar? Senão precisa subir na primeira árvore grande que encontrar e ficar lá no topo. Fiz muito isso quando ainda não sabia que era bom ser criança. Como queria crescer rápido e ficar mandando em tudo como minha mãe.
Então, nessa cobertura muito natural, cheinhas de folhagens verde e borboletas de tons variados avistei a imagem para a pergunta que eu tinha feito ao meu Papito antes de dormir.
Já falei por aqui que imagem me faz silenciar ou que encontro no silêncio muitas imagens. É uma devolução do mim para mim, mais que isso imagens me faz conversar com a grande sábia. A mulher que faz morada nessa casa que descrevi acima.
E nesse dia, antes do sonho estava extremamente triste, e tinha feito uma pergunta humana e imperfeita ao Papito. Poderia eu escolher sobre o destino de alguém?
Eu tinha a resposta. A melhor que satisfaria ao meu ego. A do encaixe. Alguém de vocês já tiveram surtos de respostas de encaixe? Tive várias por uma semana. Utilizei vários recursos que a tecnologia da informação me ofertava para solidificar a resposta, tal qual o tijolo com o cimento para a casa que não desaba.
Mas um dia conheci uma mulher que morava numa cobertura. Já falei dela. Não?! Ela é um tanto estranha. Não é bela ao padrão. Mas é bela na transparência. Parece sisuda. Mas se demorar com ela...hum quantos doces ela tem. Claro, primeiro ela te faz reconhecer os contrários. Os contrários dá muitas histórias. O que quero agora é falar do meu presente. Digo da imagem!
Vocês conhecem uma semente de feijão?
Era assim. Ela colocou na minha mão a semente. E disse: Olhe o que tem na sua mão. Eu disse: Uma semente.
É mais que uma semente, disse ela. É uma semente de feijão, acrescentou.
O que vai fazer com ela, perguntou-me. Não tinha resposta, pelo menos no sonho eu não dava respostas. No sonho os encaixes são outros, já perceberam?
Quando olhei vinha ao meu encontro um grande pássaro e tomou de mim a semente, subitamente.
Olhei minhas mãos estavam vazias. Olhei para o chão. Fixei no chão. Era muito alto onde eu estava. Eram poucas as minhas asas.
Eu olhei para a grande sabia e ela olhou para mim e sorriu. Quando acordei estava na cama de um hospital. Não senti dor alguma. Não senti vazio nenhum. Chorei as águas que tinha. E hoje olho para o alto e contemplo uma árvore enorme fazendo abrigo. Do pé de feijão? Claro que não, gente!
Contemplo a natureza. Daquilo que sabiamente ela me diz: acolho as mudanças, as transformações, as tempestades, aquilo que é e, também, o que não dá para ser. Sem muitas respostas para perguntas que não cabe cimento.
Um dia minhas mãos tocaram uma semente... Assim deu para ser.
Um dia minhas mãos tocaram uma semente... Assim deu para ser.